domingo, 16 de outubro de 2011 | By: Doracino Naves

Um é pouco, dois é bom, três é demais.

Noutro dia estava a pensar na importância da matemática para o homem. Ainda nem completamos mil anos da invenção do sistema numérico e já lidamos com a ciência quântica. Aprendemos a contar de 1 a 10 graças a Leonardo de Pisa - Fibonacci - argelino que viveu no século 12. Ele publicou o primeiro best-seller da história: Liber Abbaci, feito à mão e que, na Europa, vendeu igual água no deserto. Por meio do Livro do Cálculo, o mundo aprendeu a somar, diminuir, multiplicar e dividir.

Houve um tempo na terra tempo em que o homem só lidava com quantidades bem próximas do seu dia-a-dia. Por isso que 1 e 2 são os primeiros números, os mais antigos. Naqueles tempos o 3 representava uma quantidade enorme.  Na pobreza mental, o homem das cavernas raciocinava simplesmente: caçar um animal era mais fácil do que três. E voltava ao ócio do paraíso. Era assim: um é pouco, dois é bom, três é demais. Além disso, era como calcular a distância da terra às estrelas: inimaginável. Só os poetas, mesmo avessos à matemática, eram capazes de imaginar milhões de estrelas no céu.

Por falar em poetas me lembro de que o soneto, criado no século 13, que usa a matemática como fundamento para a composição de seus versos, é composto de quatro estrofes: as duas primeiras têm quatro versos; as outras duas são compostas por três. Por aí começam as fórmulas matemáticas da composição de um soneto, suficientes para amalucar qualquer iniciante em matemática. Júlio Verne usou essa ciência para escrever seus livros sobre ficção científica e, muitos, foram parar na Nasa, que montou  complicadas equações para levar o homem à lua. Bill Gattes, da Microsoft, e Steve Jobs, da Apple, utilizaram cálculos matemáticos em seus inventos.

Então, as grandes invenções, inclusive as construções das grandes catedrais na idade média, foram calculadas cuidadosamente usando arranjos matemáticos.  Percebo que, por mais que homem ouse em suas invenções, elas são ínfimas diante da abissal perfeição e  harmonia do universo. As invenções tecnológicas, por exemplo, não resolvem a solidão do homem que, a cada dia, se afasta do próximo. Em nossa pequenez humana só contamos até o número 1: Eu. O 2 - eu e o outro - é um arranjo mais complicado. Alguns usam os sofisticados meios de comunicação pensando que eles podem substituir o imprescindível amor entre as pessoas. Nas grandes cidades, por exemplo, a maioria nem se visita. As notícias pessoais são dados por meio do celular. Todas as invenções humanas carecem de serem melhoradas para atender às novas funções da modernidade.  A roda, considerada a maior das invenções, sofre a influência de novos cálculos para eliminar os atritos comuns da sua função de rodar.

Só a matemática de Deus, o criador dos mundos, é perfeita. O universo é belo e glorioso. E mais: toda a invenção da ciência e a evolução tecnológica, inclusive a criação artística e literária, é obra Dele. Deus cria todas as coisas e o homem se esforça para por no mundo o que ele - o homem - pensa que é a sua criação. Na memória dos céus, Ele guarda as fotos tridimensionais de nossos talentos e do futuro do homem na terra. 

Vejo o meu retrato: um menino pobre de Porto Barreiros que chegou a Goiânia num caminhão de mudanças. Penso que evoluí muito.

Hoje, viajo pelas ruas e becos de Goiânia num carro sem carburador. A injeção eletrônica dos carros conta as sujeiras do combustível.

Mas, a minha alma, filtrada pelas emoções, continua presa aos grilhões de um ser humano imperfeito. O meu espírito, no entanto, é perfeito; foi criado por Deus. Meus passos caminham rumo ao desconhecido.

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